1ª parcela do 13º salário cai dia 30. Prioridade é pagar dívida e fazer reserva para as contas de início de ano
Trabalhadores inscritos no regime CLT receberão a primeira parcela do 13º salário no dia 30 de novembro. Quem está com dívidas, principalmente com o limite do cheque especial ou rotativo do cartão de crédito, deve priorizar o pagamento dessas linhas de crédito e não se endividar novamente.
Quem está com sua situação financeira azul, deve guardar dinheiro para criar uma reserva para situações de emergência ou até mesmo para aproveitar oportunidades. Ter dinheiro nas mãos é um grande poder de barganha na hora de negociar a aquisição de algum bem ou serviço.
O ideal é ter dinheiro para cobrir os seus gastos mensais durante seis meses. Exemplo: se você gasta em média R$ 5 mil por mês, deverá formar uma reserva de R$ 30 mil para viver tranquilamente por um período de desemprego, por exemplo.
Também vale lembrar aqui sobre as contas de início de ano: IPVA e IPTU, matrícula e material escolar. É um gasto a mais em janeiro que se você não se organizar pode levar ao endividamento.
Quem tiver dinheiro para pagar à vista, vale a pena por causa do desconto. Se o recurso estiver alocado em algum investimento, é preciso avaliar se o percentual de desconto é superior ao rendimento que a aplicação irá gerar. Faça as contas!
Se a sua dívida é antiga e você pensa em aproveitar os quatro feirões que estão sendo realizados no país até o dia 30 de novembro para colocar as contas em dia - Mutirão da Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, Feirão Limpa Nome, Saldão de Dívida da Comgás e o Quita Fácil da Enel - aqui vai uma dica: se não der para pagar à vista com o dinheiro do 13º salário, cuidado com o comprometimento da renda para quitar as contas.
Em época de crise, não é o momento para pagar uma dívida passada e correr o risco de desestabilizar o orçamento da família, podendo piorar seu quadro inadimplente ainda mais em poucos meses.
Afinal, não sabemos qual será o impacto da inflação no preço das cestas de consumo. Também estamos acompanhando as constantes elevações da Selic (taxa básica de juros), que serve de referência para as linhas de crédito do Brasil.
A previsão é de que a Selic feche o ano em 9,25% ao ano, o que refletirá no percentual dos juros utilizados nas linhas de crédito.
Com isso, ao comprometer o seu orçamento assumindo parcelas elevadas de uma negociação, se precisar recorrer a um novo empréstimo estará pagando mais caro pelo crédito.
O momento é de sentar, fazer as contas, respirar fundo, analisar a sua situação financeira e ver o quanto é possível comprometer do seu orçamento mensal para ter a certeza de que conseguirá honrar a dívida sem a necessidade de recorrer a um empréstimo.
Não tome decisão precipitada. O 13º pode ajudá-lo a liquidar sua dívida, reduzir o saldo do débito e assegurar que o valor das parcelas seja menor. Porém, se usado de forma equivocada pode elevar sua dívida e causar um transtorno ainda maior.
Camilla Magrini, economista, mestre em Economia pela PUC-SP e sócia fundadora da CR Moving.
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